Regresso à Ação: O Novo Desafio de RoboCop
Após o ataque ao seu adorado posto policial por um grupo de mercenários misteriosos, RoboCop vê-se obrigado a enfrentar uma nova ameaça, desta vez no coração do OmniTower, um colossal complexo habitacional que acolhe milhares de civis. Tal como no filme “Dredd” de 2012, o herói metálico avança por andar após andar, enfrentando grupos armados, sistemas automáticos de defesa e armadilhas mortais, numa atmosfera distópica e opressiva.
Uma História à Parte: Expansão Independente
“Unfinished Business” surge como uma espécie de mini-sequela, mas totalmente separada do título lançado em 2023. Não há transferência de progresso, nem dependência direta dos acontecimentos do jogo original. A história é autónoma, passada após “Rogue City”, mas com pouca ligação direta aos eventos anteriores. Esta independência permite que novos jogadores entrem no universo RoboCop sem necessidade de contexto prévio.
Ação Intensa mas Repetitiva
Ao contrário de “Rogue City”, onde a cidade de Detroit oferecia exploração e diversidade, aqui tudo se passa dentro dos corredores apertados do OmniTower. O combate mantém o seu impacto e algumas novas finalizações corpo a corpo trazem momentos divertidos, mas a experiência depressa se transforma num shooter de corredores algo monótono. Apesar de existirem pequenas missões paralelas e investigações policiais ocasionais, estas tarefas são simplistas e pouco recompensadoras, o que acaba por limitar a sensação de progressão e variedade.
Problemas Técnicos e Apresentação Aquém do Esperado
A nível técnico, “Unfinished Business” revela algumas fragilidades. A qualidade da atuação vocal das personagens secundárias desceu em relação ao jogo anterior, as animações faciais deixam a desejar e a presença de erros de texto é surpreendentemente frequente. Para uma expansão independente, esperava-se maior cuidado no polimento e na apresentação, algo que infelizmente não se verifica aqui, reforçando a sensação de um produto apressado ou inacabado.
O Charme de Ser RoboCop Permanece
Apesar dos defeitos, o prazer de encarnar RoboCop mantém-se intacto. Avançar pelos níveis, enfrentar inimigos em pânico e escutar as reações apavoradas dos mercenários diante da “máquina de metal” proporciona momentos de genuína diversão. Os efeitos sonoros continuam eficazes e a presença carismática de Peter Weller, com o seu humor seco e as suas tiradas icónicas, sustenta grande parte do interesse do jogo.
Conclusão: Entre a Nostalgia e a Repetição
Para os fãs dos filmes de ação dos anos 80, “Unfinished Business” continua a entregar aquilo que se espera de RoboCop: violência exagerada, frases de efeito e uma atmosfera singular. No entanto, a ausência de novidades significativas em armas ou inimigos e a estrutura excessivamente linear impedem a expansão de atingir um novo patamar. No fundo, é um passatempo frenético e nostálgico, mas que pouco acrescenta ao universo já estabelecido.
Resumo Final
“RoboCop: Rogue City – Unfinished Business” leva o policial cibernético para uma missão intensa dentro do OmniTower, apostando na ação ininterrupta e no carisma do protagonista. Contudo, a falta de inovação e os problemas técnicos fazem desta expansão uma experiência divertida, mas claramente aquém do potencial apresentado no jogo original. Para quem procura pura adrenalina e nostalgia, ainda há diversão a encontrar – mas fica a sensação de que o trabalho ficou, de facto, por terminar.